CULTURA ERUDITA E CULTURA
POPULAR
Mário de Andrade (1893-1945), poeta,
musicólogo e folclorista brasileiro, durante os anos de 1935 a 1938, dirigiu o
Departamento Municipal de Cultura de São Paulo. Ali, realizou importantes
trabalhos: criou bibliotecas, organizou arquivos, restaurou documentos,
pesquisou inúmeras manifestações folclóricas, abriu teatros e instituições de
pesquisa, etc. Foi o primeiro dirigente ligado a uma entidade governamental a
se preocupar e realizar ações para aproximar a cultura erudita da cultura
popular.
A diferenciação entre culturas se dá a
partir da identificação da origem de quem a produz.
A cultura erudita é produto da
leitura, do estudo e da pesquisa. Para que se produza cultura erudita é
necessário que se tenha vasto conhecimento sobre um determinado assunto.
Cultura popular pode
ser compreendida como “a soma dos valores tradicionais de um povo, expressos em
forma artística, como danças, ou em crendices e costumes gerais”, como afirma
Teixeira Coelho.
Muitas vezes o termo “cultura popular”
pode vir carregado de sentido pejorativo, como “aquilo que é do povo”, que “não
é culto”, “cultura menor”. Porém, isso não faz o menor sentido. Cultura erudita
e cultura popular são simplesmente diferentes.
Mário de Andrade, despojado de
preconceitos, entendeu a complementação existente entre cultura erudita e
cultura popular e trouxe a público a obra de diversos compositores populares,
diferentes ritmos musicais que se perpetuavam escondidos entre pequenos grupos
sociais e promoveu encontros entre as duas culturas em seus projetos e livros.
Na arte, é comum o estabelecimento de
categorias que destacam a obra erudita ou popular; só não devemos esquecer que
tanto uma como a outra possuem seu lugar assegurado na formação da cultura de
uma nação.
Vamos conhecer um pouco dessas categorias.
Na pintura
Aos quadros populares, dá-se o nome naïf
que, em francês, significa ingênuo. Ocorre quando o artista não recebeu nenhum
treino para pintar, sabendo pouco sobre a história da arte e regras de pintura.
Os temas pintados, geralmente são ligados ao seu cotidiano.
Na obra erudita, ocorre o uso de
perspectivas, planos, uso racional de cores, formas e material. O artista pinta
qualquer tema, mas, em geral, sua escolha está ligada à técnica que ele vai
utilizar e que domina com maestria.
Na literatura
Um texto de filosofia escrito por Platão é
reconhecido como erudito. O vocabulário é elaborado e rebuscado.
Um texto de livreto de Cordel é
considerado literatura popular, com vocabulário simples e termos regionais que
narram histórias do cotidiano.
Na música
As composições de Villa-Lobos são
eruditas. O autor conhecia melodia, harmonia e contraponto profundamente. Os
gêneros comuns da música erudita são: concerto, sinfonia, sonata, suíte,
tocata, rapsódia, etc.
As formas musicais como os repentes e
desafios são consideradas populares. São compostas por artistas que, em geral,
não conhecem escrita e leitura musicais, mas tocam vários instrumentos.
ATIVIDADE
1) Qual
a diferença entre cultura erudita e cultura popular?
Fonte:
CAMINHOS DO FUTURO
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