ARTE E BRASIL
Alguns destaques da arte brasileira merecem atenção por sua originalidade, qualidade e permanência (influência em outras manifestações artísticas): a Arte Indígena, a Arte Primitiva, o Barroco brasileiro e a Semana de Arte Moderna.
Arte Indígena
Os objetos de fibra vegetal, barro e adereços são marcas do cotidiano dos povos indígenas. A necessidade e o trabalho orientam a produção da maioria dos objetos, que têm caráter utilitário. Já os adereços, enfeites, cantos e danças são parte dos rituais e festejos. Porém, cada tribo destaca-se numa atividade diferente.
Os Kadiwéu, do Mato Grosso do Sul, são famosos por sua produção de enfeites e pintura corporal. Utilizando-se de tintas obtidas do urucum, jenipapo e tabatinga, dedicam horas criando motivos geométricos coloridos espalhados pelo corpo, no intuito de celebrar os momentos sagrados de sua cultura. Os Tupinambás destacam-se pela originalidade de sua arte plumária. Os Marajoaras ficaram conhecidos pela produção de cerâmica que, atualmente, é exportada para a Europa. Quanto à música, sabe-se que nem todas as tribos produzem instrumentos musicais, mas a riqueza melódica e rítmica dos cantos indígenas é um exemplo da arte dessas culturas.
Arte Primitiva
Termo genérico que se aplica à arte dos povos pré-históricos, à produção artística dos grupos que, ainda hoje, reproduzem a forma de organização social e produção semelhante às daqueles (pode ser aplicada à arte indígena também) e, atualmente, é usado também como sinônimo de arte naïf, ou ingênua – a produção de artistas que não estudaram arte nem suas técnicas de produção.
No Brasil, em algumas regiões, há vários sítios arqueológicos, com inscrições rupestres que dão pistas de elementos de cultura primitiva. O mais importante deles encontra-se em São Raimundo Nonato, no Piauí, no Parque Nacional da Serra da Capivara, considerado o berço do homem americano, com mais de trinta mil inscrições rupestres, e muito bem apresentado ao público visitante. Outro exemplo é o Vale do Peruaçu, no município de Januária – MG. A maioria de nossos sítios arqueológicos são, infelizmente e em geral, pouco valorizados, mal preservados e com infraestrutura de visitação deficiente.
Quanto à arte naïf, podemos destacar a obra de artistas brasileiros, reconhecidos no exterior pela qualidade de sua obra: Agostinho Batista de Freitas, Djanira, Aparecida Azedo e Antônio Poteiro.
Arte Barroca
O estilo barroco surgiu na Europa, entre os séculos XVII e XVIII. Conhecido como a Arte da Contrarreforma, o barroco tem a ambiguidade como característica principal, apelando ao instinto, aos sentidos e à fantasia. Ao disseminar-se pela Europa, tomou formas diferenciadas em cada região. No Brasil, foi trazido principalmente pelos portugueses e adquiriu características estéticas estreitamente relacionadas à arte religiosa.
Envolvido pelo vigor e espírito da natureza do Brasil, o Barroco brasileiro destaca-se no período do ciclo do ouro. Cidades inteiras, como Ouro Preto - MG, hoje são consideradas patrimônio da humanidade, por causa da beleza e autenticidade da arquitetura com características barrocas. Com a economia baseada no turismo, a cidade abriga obras de um dos maiores artistas brasileiros: Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Na Bahia, também há diversas igrejas decoradas em seu interior com arabescos e detalhes em ouro e esculturas de santos cujas expressões dramáticas só o barroco brasileiro possui.
Semana de Arte Moderna de 1922
Um marco na História da Arte do Brasil. Pode-se falar em antes e depois da Semana de Arte Moderna. Na literatura, uma nova fase estética inaugura-se com ela. Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade foram alguns destaques do período. Nas artes plásticas, Anita Malfatti, Lasar Segall e Tarsila do Amaral são alguns dos artistas que escandalizaram os intelectuais da época com obras que mesclavam técnicas até então desconhecidas no Brasil e utilização de cores fortes, linhas suaves e sensuais, além da valorização de temas da cultura brasileira. O movimento da Semana de 22, em São Paulo, lutava contra o academicismo, o conservadorismo e conformismo da cultura daquele momento. Em 1928, como resposta a esses anseios e dúvidas, Oswald de Andrade lança o Manifesto Antropofágico, propondo que a cultura europeia não fosse simplesmente rejeitada, mas sim “devorada” e, a partir daí, fique se fizesse a grande mistura com a cultura e valores indígenas, estes realmente brasileiros.
Após os movimentos dos anos 30, a arte moderna estava, enfim, bem assentada no Brasil. Na década de 40, assiste-se ao primeiro apogeu de Portinari, de Guignard, de Pancetti, etc. Começam também a trabalhar, ainda como figurativos, vários dos futuros integrantes das tendências abstratas. Com raras exceções, os anos 50 e 60 viram o triunfo das tendências abstratas.
Grandes museus de arte
No fim da primeira metade do século XX, acontecimentos importantes marcam a entrada do Brasil no circuito internacional das artes. Em 1947, Assis Chateaubriand funda o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Seu significativo acervo, arrecadado entre os grandes empresários e políticos da época, abrange desde os góticos italianos, até os mestres do impressionismo francês. O museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) é fundado em 1948 pelo industrial de origem italiana, Francisco Matarazzo Sobrinho. Logo em seguida, é criado o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ).
Em 1951, realiza-se a primeira Bienal Internacional de São Paulo, marcando a presença do abstracionismo na pintura e na escultura do país. O Brasil passa a ser parte da grande corrente dos países que produzem, participam das mostras internacionais exibem sua arte como uma forma de reafirmar sua identidade e a força do seu imaginário.
Atividades:
1) Cole no seu caderno a foto de um quadro ou escultura barroca (não precisa ser brasileira); diga o nome do artista, o local onde se encontra a obra e por que ela pertence a esse estilo.
2) Pesquise, em grupo, a história, a organização social, a arte e a cultura de uma tribo indígena e apresente as conclusões aos colegas.
3) Pesquise e responda:
a) O que foi a Semana de Arte Moderna de 1922?
b) O que é o Manifesto Antropofágico?
c) Cite o nome de dois artistas modernistas que se destacaram na literatura, na pintura, na escultura e na música.
4) Leia os versos de Oswald de Andrade e responda quais elementos são característicos da irreverência do Modernismo. Depois, faça uma ilustração para o poema, lembrando-se das características “antropofágicas” que Oswald de Andrade defendeu em seu manifesto.

Vício na Fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados

5) Qual a relação da História da Arte Brasileira estudada neste módulo com a arte e a cultura de sua cidade? Há, em sua cidade, algum monumento ou imóvel com características barrocas? Há tribos indígenas, sítios arqueológicos ou pintores primitivos na região? Pesquise e faça uma redação, ilustrando-a com figuras ou desenhos.


Fonte: CAMINHOS DO FUTURO


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