ARTE E ESTILOS
Como vimos no tema anterior, a palavra ESTILO para a arte
tem dois significados: modo pessoal de o artista se expressar ou uma referência
a um movimento artístico, em que uma parcela significativa dos artistas de um
período se expressou de forma específica e em sintonia com as inovações daquele
instante no campo das artes.
Essa forma de organizar a História da Arte pelos movimentos
artísticos, não é exata. Não parte de definições e, muitas vezes, é
insuficiente para descrever a obra de determinado artista. Mas facilita o
estudo e é importante conhecê-la.
Arte primitiva: arte dos povos primitivos ou dos grupos que
possuem forma de organização social semelhante à dos povos pré-históricos:
apresenta crença no poder mágico das representações artísticas.
Arte bizantina (Séc.V a XIII): arte
religiosa do período em que Bizâncio era a capital do Império Romano e as imagens
passaram a ser admitidas para decoração do interior das igrejas, por orientação
do Papa Gregório I. Os artistas desse período compunham imagens sagradas de
acordo com padrões da antiga arte grega, preservando o mesmo modo de
representar faces, gestos e vestuário da pintura grega e helenística, tomando
cuidado para que as imagens não se parecessem com os mitos pagãos. O destaque
da arte bizantina são os mosaicos em pequenos cubos ou pedras.
Arte românica (Séc. XI e XII): herdeira do
estilo normando de construir, marcou-se por experimentos e descobertas. As
construções eram maciças, geralmente com arcos redondos, pouca decoração e
janelas. A pintura e a escultura românicas se dedicavam a divulgar episódios do
Novo e do Velho Testamento, sempre preocupadas muito mais com a expressão, o efeito,
do que com a forma. Era comum deformar as figuras ou exagerar nas cores para
acentuar uma expressão desejada.
Arte gótica (Séc. XII a XV): surgiu na
França, no período histórico de fortalecimento da Igreja Católica, em que os
ideais de fé e desejo de chegar a Deus inspiravam a arte e a arquitetura. As
catedrais góticas enfatizavam a ascensão a Deus na verticalidade das
construções, no uso de arcos pontiagudos, abóbadas de arestas e rendilhado nas
janelas. A pintura e a escultura góticas adquiriram maior fluidez e leveza ao
incorporarem linhas curvas e movimento às imagens representadas. A escultura, verticalizada,
decorava principalmente o exterior das catedrais; a pintura, apesar de pouco
utilizada no período, adquiriu maior realismo no modo de representar. Destaque
na pintura: Giotto di Bondone (1266-1337).
Arte renascentista (Séc. XVI e XVII): a ideia de
Renascimento surgiu na Itália, com Giotto, quando se dizia que ele tinha feito
renascer a arte dos antigos gregos e romanos, como referência à sua maestria
como artista. O período renascentista é marcado pelo uso da perspectiva e do
equilíbrio nas composições, aumentando a ilusão de realidade nas
representações. Destaque: Michelangelo (1475-1564), Rafael, Botticelli,
Leonardo da Vinci, Ticiano.
Arte barroca (Séc. XVII e XVIII): surgiu e
desenvolveu-se em Roma, na Itália, difundindo-se de forma diferenciada em cada
região da Europa e da América. A característica típica do barroco é a ambiguidade,
uso de contrastes, movimento, a mistura de várias artes, apelando para o
instinto e para os sentidos, sem deixar de utilizar as inovações do
Renascimento. Destaque da pintura barroca são as paredes pintadas de forma a
dar ilusão ao observador de que está participando da cena. A utilização de
contrastes de luz e sombra também é uma característica barroca. Destaque:
Caravaggio (1573-1610), Rembrandt, Velazquez.
Romantismo (1790-1830, aprox.):
idealização da natureza, do passado e dos personagens históricos. O Romantismo foi
o período em que os artistas tinham maior liberdade de expressão. Houve uma
ruptura com os modelos e padrões clássicos, permitindo à pintura paisagística
se destacar como tema. O desejo de inovar e impressionar dos artistas
românticos imprimia efeitos dramáticos às cenas pintadas, expressando o domínio
destes sobre as forças da natureza. Destaque: Eugène Delacroix (1798-1863),
John Constable, Francisco de Goya, William Blake.
Impressionismo (Fim do séc. XIX): movimento
que deu início à chamada Arte Moderna. O nome Impressionismo é originário da
tela “Impressões, Sol Nascente”, de Claude Monet (1840-1926), que fez parte de
uma exposição organizada em 1874, em Paris, e que foi mal recebida pela crítica
e pelo público da época. Os pintores impressionistas estavam preocupados com a
estrutura da pintura, pesquisavam os efeitos de luz e cor acompanhando as
descobertas óticas do período. Os quadros impressionistas retratavam cenas do
dia-a-dia, num esforço de captar a luminosidade do momento com pinceladas
rápidas e uso de cores complementares. Destaque: Monet, Alfred Sisley, Auguste
Renoir, Edgar Degas, Edouard Manet, Henri Matisse, Paul Cézanne.
Futurismo: inicialmente um movimento
literário fundado pelo poeta Filippo Tommaso Marinetti, na Itália, em 1909, que
posteriormente se disseminou para a arquitetura, escultura, música, pintura e
cinema. A principal característica do futurismo é o culto à tecnologia, às
máquinas e sua potencialidade, rompendo com o passado. Destaque: Giacomo Balla
(1871-1958), Marinetti, Carlo Carra, Russolo.
Fovismo (Início do séc. XX):
exagero, principalmente, no uso de cores fortes e contrastantes. O nome
“fovismo” vem do francês fauve, que significa ruivo, dourado, como em geral são
as obras fovistas, ou seja, apresentam uso de cores que lembram o fogo. Os
pintores fovistas desejavam exaltar a cor pura, o instinto e o primitivo.
Destaques: Inimá de Paula, André Derain, Donatello, Dufy, Matisse, Marquet,
Tadashi Kaminagai.
Cubismo (Início do séc. XX):
originário da França e inspirado nos conselhos de Cézanne a Picasso, para observar
a natureza em termos de esferas, cones e cilindros. O Cubismo decompunha um
objeto em formas geométricas, mostrando vários ângulos numa mesma composição.
Propunha-se reformular a representação, de modo a torná-la um ato de criação e
não de cópia. Porém, a dificuldade em relacionar os vários ângulos de um objeto
representado no método cubista limitou os artistas à escolha de objetos e
formas familiares em seus temas. Destaque: Pablo Ruiz Picasso (1881-1973),
Fernand Léger, Georges Braque.
Surrealismo (Anos 1920/30): a
expressão “Surrealismo” foi criada em 1924 para denominar um grupo de artistas
que pretendia criar algo mais real do que o real. André Breton foi o principal
fundador e teórico desse movimento artístico e literário, que apresentava rigor
na forma e preferência por temas que enfatizassem o onírico, dando vazão às
forças criativas do inconsciente. Destaque: Salvador Dali (1904-1989), Giorgio
De Chirico, Joan Miró, Henri Rousseau, Max Ernst, Magritte.
Construtivismo (1917): também conhecida como
arte geométrica, utilizava-se das formas geométricas puras – a linha, o ponto,
o quadrado, o triângulo, o círculo – para elaborar projetos e obras que se
harmonizassem com um modo de vida racional e não violento. Utilização da
tecnologia moderna por meio de materiais como plástico e metais para compor
obras abstratas. Destaque: Lygia Clark, John Graz.
Expressionismo (Início do séc. XX): termo
utilizado para referenciar o movimento das artes visuais alemãs cuja inspiração
foi Van Gogh. Com método comparado ao da caricatura, o Expressionismo distorcia
as formas naturais e exagerava na expressão para enfatizar as emoções e mostrar
os fatos de forma sincera. Ainda que a expressão fosse de dor, sofrimento,
violência ou pobreza, havia uma manifestação de respeito à miséria humana,
implícita no movimento. Destaque: Edvard Munch (1863-1944), Amadeo Modigliani, August
Macke, Paul Klee.
Expressionismo abstrato (1940):
também conhecido como “pintura de ação”, desenvolveu-se nos Estados Unidos e
dava ênfase à liberdade das formas e de expressão. Os métodos utilizados
baseavam-se na rapidez da pintura, a fim de não perder a espontaneidade da
criação. O movimento teve influência do misticismo oriental no que se refere à
espontaneidade e simplicidade na criação. Destaque: Jackson Pollock
(1912-1956), Piet Mondrian, Victor Vasarely, Wassily Kandinski, Le Corbusier.
Arte Pop (1960): desenvolveu-se principalmente
nos Estados Unidos e Inglaterra e utilizava imagens da sociedade de consumo
como cartazes publicitários, embalagens, anúncios e cenas da televisão e cinema
para compor as obras, a fim de romper com o exclusivismo da arte dita
intelectualizada e culta. Destaque: Andy Warhol (1928-1987), Allen Jones, David
Hockney, Richard Hamilton
1) Desenhe e pinte um mesmo objeto de sete
formas diferentes:
a) faça um esboço com lápis preto macio (nº
2);
b) use somente lápis preto macio (nº 2) para
os detalhes;
c) pinte, em detalhes, imitando as cores
reais do objeto;
d) pinte-o com cores extravagantes;
e) alongue as formas do objeto no sentido
vertical;
f) alongue as formas do objeto no sentido
horizontal;
g) recrie o objeto, fazendo uma colagem com
quadradinhos de papel colorido em forma de mosaico;
Monte uma exposição com os desenhos de todos os colegas e
verifique se há relação entre os desenhos e os estilos estudados.
Fonte: CAMINHOS DO FUTURO
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