Plano de Aula
de Geografia (8° Ano) – África: integração econômica
Objetivos de
aprendizagem
·
Identificar as
principais organizações supranacionais do continente africano.
·
Compreender a
ação das organizações supranacionais africanas em relação ao processo de
integração econômica e cultural de países desse continente.
·
•Reconhecer
vantagens e desvantagens da estratégia de formação de organizações
supranacionais considerando os diferentes atores sociais e econômicos
envolvidos.
Objeto de
conhecimento: Corporações e
organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
Habilidade
trabalhada: (EF08GE06) Analisar
a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica
nos contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência,
marcas desses processos.
Tempo estimado
3 aulas
Recursos
didáticos
·
Mapa político
do continente africano para exposição, cópias do mapa mudo político do
continente africano, cartolinas, material para desenho.
Desenvolvimento
da sequência didática
Aula 1
Inicie a aula organizando
os alunos em semicírculo, de modo que a lousa e um mapa político do continente
africano fiquem visíveis a todos.
Informe que você fará uma
exposição sobre organizações supranacionais e seu papel no processo de
integração política e econômica dos países africanos. Solicite que façam
anotações livres ao longo da aula.
Dê sequência listando na
lousa as siglas das instituições supranacionais africanas a serem abordadas
durante a aula: UA, UMA, Uemoa, Cedeao, Cemac, SADC, SACU e Comesa. Explique
que as organizações supranacionais têm como objetivo geral facilitar o diálogo
e os intercâmbios culturais, políticos e econômicos entre países de uma região.
No caso da União Africana (UA), os objetivos são políticos; a entidade atua em
favor do desenvolvimento das nações africanas e do fortalecimento das
instituições democráticas. Nos outros casos, as organizações têm objetivos
econômicos e seu foco é a integração comercial.
Nesse momento, explique
que os países do continente africano, em razão de seu passado colonial, têm
seus fluxos de comércio orientados para fora do continente, fato que se reflete
nas redes de transporte e comunicação: há poucas rotas conectando os países
entre si, e as que existem são terrestres, muitas vezes precárias, com
controles aduaneiros e fronteiriços que não estimulam a fluidez das trocas.
Consequentemente, há pouco intercâmbio de produtos e serviços entre os países e
os que são ofertados nos mercados internos tornam-se mais caro, seja por se
tratarem de artigos importados, seja por conta dos altos custos de transporte.
Prossiga informando que
uma das maneiras de incentivo das trocas comerciais entre países vizinhos é a
redução das tarifas alfandegárias (taxas que incidem sobre a importação e a
exportação de produtos). Essa medida é interessante quando se pretende proteger
o mercado interno da concorrência de determinados produtos vindos de fora. Por
exemplo, se um país é um grande produtor de aço, convém garantir que seu aço
tenha prioridade no mercado interno em relação ao aço de outros países. Nesse
sentido, a aplicação de uma tarifa de importação sobre o produto favorece os
produtores nacionais. Por outro lado, um país pode reduzir ou eliminar tarifas
sobre produtos importados que sejam escassamente produzidos em nível nacional.
Informe que a criação de
blocos econômicos implica a eliminação das tarifas alfandegárias entre os
países-membros. Alguns
desses blocos, visando uma integração ainda mais profunda de suas economias,
adotam outras medidas, tais como a adoção de uma tarifa externa comum a ser
aplicada aos países que não são membros do acordo; a unificação dos sistemas financeiros,
permitindo trocas de capital; a padronização de serviços; a facilitação do
transporte e da comunicação entre países-membros; e, no caso da União Europeia
(o bloco econômico com maior grau de integração na atualidade), a unificação do
sistema monetário, com a adoção de uma moeda única e a permissão para a livre
circulação de pessoas no interior do bloco.
Retorne o foco para o
continente africano e destaque que as iniciativas regionais estão em processo
de construção, e que, portanto, não atingiram o grau de integração esperado. A
maioria das instituições supranacionais está empenhada em facilitar os
intercâmbios comerciais por meio de investimentos em infraestrutura de
transporte e comunicação e em desburocratizar o trânsito de pessoas e mercadorias
pelas fronteiras. Espera-se que a criação dessas áreas de integração econômica
aumente o fluxo de mercadorias no interior do continente, fazendo baixar os
preços dos produtos. Ao mesmo tempo, o incremento da economia possibilitaria a
geração de empregos, reduzindo a pobreza e aumentando o poder de consumo da
população.
Na sequência, use o mapa
político da África para identificar os países-membros dos blocos econômicos
cujas siglas estão listadas na lousa. Vale lembrar, novamente, que a União
Africana não é um bloco econômico, mas uma entidade com fins políticos que
reúne todos os países do continente, exceto o Marrocos.
·
União do
Magreb (UMA): Argélia, Tunísia, Líbia, Marrocos e Mauritânia.
·
União
Econômica e Monetária do Oeste Africano (Uemoa): Benin, Burquina Faso, Costa do
Marfim,
·
Guiné Bissau,
Mali, Níger, Senegal e Togo.
·
Comunidade
Econômica para o Desenvolvimento dos Estados da África do Oeste (Cedeao):
Benin, Burquina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Guiné Bissau,
Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
·
Comunidade
Econômica e Monetária da África Central (Cemac): Camarões, República
Centro-Africana, Congo, Gabão, Guiné Equatorial e Chade.
·
Comunidade
para o Desenvolvimento da África Austral (SADC): África do Sul, Angola,
Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malauí, Maurício,
Moçambique, Namíbia, Seychelles, Suazilândia, Tanzânia, Zimbábue e Zâmbia.
·
União
Aduaneira da África Central (Sacu): África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e
Suazilândia.
·
Mercado Comum
dos Países do Leste e Sul da África (Comesa): Burundi, Camarões, Djibuti,
Egito, Eritreia, Etiópia, Líbia, Madagascar, Malauí, Maurício, Quênia,
República Democrática do Congo, Ruanda, Seychelles, Sudão, Suazilândia, Uganda,
Zâmbia, Zimbábue.
Finalize a aula explicando
que a construção desses acordos traz vantagens aos países-membros, mas também
exige esforços e adaptações que podem desagradar a determinados grupos sociais.
Relembre com os alunos exemplos de situações ocorridas entre países de blocos
econômicos já estudados por eles. Como sugestão, aborde as dificuldades de
equacionar interesses dos produtores de milho nos Estados Unidos e no México e
dos empresários do setor de eletrodomésticos no caso do Brasil e da Argentina.
Use esses exemplos para ressaltar que a organização dos blocos exige a
superação de conflitos de interesse, o que só pode ocorrer mediante uma
negociação cuidadosa.
Aula 2
Previamente, formule uma
situação-problema que se refira aos impasses políticos e comerciais que ocorrem
entre os países-membros de um bloco econômico. Selecione um caso real que tenha
relevância no contexto dos países africanos ou, se preferir, empregue a
sugestão, apresentada mais adiante, na explicação da atividade.
Inicie a aula pedindo aos
alunos que se organizem em grupos de quatro integrantes. Distribua cartolinas a
todos os grupos e garanta que todos tenham material para escrever e desenhar
(lápis, lápis de cor, canetas coloridas, régua etc.).
Na primeira metade da
aula, relembre a função das organizações supranacionais e o funcionamento dos
blocos econômicos. Informe aos alunos que eles deverão analisar uma
situação-problema referente à estratégia de formação de blocos usando um método
que será detalhado a seguir. Se julgar interessante, comente que o método de
análise proposto se baseia em uma ferramenta muito usada em Administração para
estudar cenários e fundamentar o planejamento e a gestão de um empreendimento.
Essa ferramenta é conhecida como Análise Swot – sigla formada com as iniciais
das palavras em inglês: strenghts, weaknesses, opportunities, threats (em
português: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças).
Explique que a situação
sugerida será analisada pelos grupos em relação ao cenário atual (pontos fortes
e pontos fracos) e em relação a um cenário futuro (oportunidades e ameaças).
Para isso, oriente-os a escrever a situação-problema apresentada no topo da
cartolina e a dividir o espaço restante em quatro quadrantes, formando uma
tabela com duas linhas e duas colunas. Na primeira linha, os alunos escreverão
os pontos fortes na célula da esquerda e os pontos fracos na da direita; na
segunda linha, escreverão as oportunidades na célula da esquerda e as ameaças
na da direita. Dessa forma, o resultado será um quadro em que as duas células
da esquerda são referentes aos pontos positivos da situação e as duas da
direita, aos pontos negativos. Caso julgue conveniente, solicite aos alunos que
pintem as células da esquerda com uma cor e as da direita com outra, de modo
que se evidencie que um lado se refere às vantagens e o outro às desvantagens.
Exponha para os alunos a
situação-problema de sua escolha ou apresente esta sugestão: a inclusão da
Somália e da Tunísia no bloco Comesa em julho de 2018. Sobre esse tema, leia
mais no portal Comesa (disponível em:
<http://www.comesa.int/tunisia-joins-comesa-as-20th-member-state/>;
acesso em: 21 jul. 2018).
Nesse caso, os grupos
poderão inserir no campo “pontos fortes” o mercado consumidor dos dois países,
os recursos naturais que ambos possuem e a existência de atividades econômicas
que possam diversificar a pauta de exportações entre os países do bloco. No
campo “pontos fracos”, poderão inserir a questão da instabilidade política dos
dois países, a precariedade da infraestrutura de transporte e comunicação,
assim como problemas econômicos e monetários existentes, sobretudo na Somália.
Os campos “oportunidades”
e “ameaças” devem se referir a especulações sobre o futuro, e, nesse sentido,
são desdobramentos, respectivamente, dos campos “pontos fortes” e “pontos
fracos”. Assim, as oportunidades devem estar relacionadas ao aproveitamento do
mercado consumidor dos países e ao consequente aumento das exportações e
fortalecimento dos laços regionais. As ameaças seriam os desdobramentos dos pontos
fracos em um cenário em que as instabilidades políticas e econômicas dos países
recém-integrados afetam a economia e a sociedade dos demais membros.
Note que essa análise foi
desenvolvida como um exemplo para o professor; a proposta é que os alunos realizem
uma análise própria, a partir da discussão no grupo. Nesse contexto, é
importante que eles tenham informações suficientes sobre a realidade
apresentada na situação-problema para que consigam identificar vantagens e
desvantagens relacionadas ao processo de integração. Considere que, devido à
pequena disponibilidade de notícias sobre a realidade africana, talvez seja
necessário que o professor apresente textos para os alunos.
Utilize a segunda metade
da aula para a realização da análise pelos alunos. Nesse momento, circule entre
os grupos e encoraje os estudantes a resgatar o repertório que construíram ao
longo do ano sobre as questões políticas e econômicas para desenvolver a
atividade. Estimule-os a levantar hipóteses, debater
e formular suas previsões.
Faça correções pontuais.
Ao final da aula, solicite
aos alunos que guardem as cartolinas para a aula seguinte.
Aula 3
Inicie a aula organizando
uma roda de conversa com os alunos. Administre o tempo disponível de modo que a
primeira metade da aula sirva para a apresentação das análises dos alunos e a
segunda metade, para o debate coletivo e as considerações do professor.
Relembre a
situação-problema proposta na aula anterior e combine com os grupos a ordem das
apresentações das análises realizadas. Considere o número de grupos e estime um
tempo para que todos falem.
Após as apresentações,
estimule o debate entre os alunos comparando as análises, fazendo correções e
comentários.
Ao orientar o debate,
procure garantir que todos percebam a estratégia de criação de blocos
econômicos como uma alternativa complexa capaz de gerar inúmeras consequências
positivas e negativas, as quais podem se alterar no decorrer do tempo e de
acordo com mudanças nos cenários político, social e econômico dos países
envolvidos.
Atividade
complementar
Solicite aos alunos que
elaborem um mapa, identificando os países-membros dos blocos estudados. Para
isso, providencie um mapa mudo político do continente africano. Oriente os
alunos a eleger uma cor para cada bloco e a criar uma legenda e um título para
o mapa. Recomende que os países pertencentes a mais de um bloco sejam pintados
com as cores de ambos; para isso, os alunos deverão criar listras ou hachuras
com as cores escolhidas. Solicite aos alunos que verifiquem, analisando o mapa,
as áreas do continente com maior propensão para a integração regional e as
áreas que têm poucas propostas de integração, ou mesmo nenhuma. Em seguida,
peça que formulem hipóteses acerca dos diferentes níveis de integração regional
que identificaram.
Acompanhamento
das aprendizagens
As aprendizagens devem ser
avaliadas continuamente por meio da observação atenta dos estudantes em todos
os momentos da sequência didática. As dúvidas, as intervenções e os
comportamentos dos alunos podem fornecer indícios para a identificação das
dificuldades relativas aos objetivos de aprendizagem e contribuir para ajustes
da ação docente.
Para realizar o
acompanhamento das aprendizagens, aplique as propostas de avaliação e de
autoavaliação sugeridas a seguir.
Avaliação
Durante a primeira aula,
verifique se os alunos conseguem participar de uma aula expositiva mantendo o
foco na fala do professor e realizando anotações com autonomia. Na segunda
aula, observe a discussão nos grupos e verifique se os alunos são capazes de
mobilizar os conhecimentos obtidos ao longo do ano para analisar a
situação-problema apresentada. Na terceira aula, é importante que os alunos
demonstrem a capacidade de expor o tema oralmente, identificando vantagens e
desvantagens pertinentes ao processo de integração regional dos países
africanos.
Para ampliar o processo de
avaliação, oriente-se pelas questões a seguir.
·
O aluno
participou das aulas, expressando-se de forma educada e respeitando os momentos
de fala do professor e dos colegas?
·
O aluno é
capaz de identificar os principais blocos econômicos e demais iniciativas de
integração regional do continente africano?
·
O aluno
conhece a função dos organismos supranacionais?
·
O aluno é
capaz de identificar vantagens e desvantagens relacionadas à estratégia de
criação de blocos econômicos?
·
O aluno é
capaz de selecionar informações e utilizá-las para analisar uma situação-problema?
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