7 Textos com atividades para trabalhar as habilidades:
(EF07GE05) Analisar fatos e situações representativas
das alterações ocorridas entre o período mercantilista e o advento do
capitalismo.
(EF07GE06) Discutir em que medida a produção, a
circulação e o consumo de mercadorias provocam impactos ambientais, assim como
influem na distribuição de riquezas, em diferentes lugares.
Capitalismo
O capitalismo constitui um
sistema econômico cujo alicerce reside na posse privada dos meios de produção,
voltado essencialmente para a busca do lucro e a acumulação de recursos. Ele
prevalece como o sistema mais amplamente adotado no panorama global contemporâneo.
No âmbito do sistema
capitalista, os meios de produção e distribuição se encontram nas mãos dos
capitalistas, que empregam os trabalhadores, conhecidos como proletariado.
Esses trabalhadores recebem um salário em troca de suas atividades laborais.
Os meios de produção
abrangem elementos como maquinário, terra e unidades industriais. Sua função
primordial é gerar receita, que se destina a remunerar os trabalhadores, cobrir
os custos da operação e, por último, a incrementar o lucro do capitalista.
Características
fundamentais do capitalismo:
• Controle particular
sobre os meios de produção, abrangendo os recursos essenciais para a
fabricação, tais como instalações industriais, equipamentos e ferramentas
• Reconhecimento da posse
privada, que abarca tanto bens tangíveis, como propriedades imobiliárias,
quanto ativos intangíveis, a exemplo das ações de uma corporação.
• Segmentação da sociedade
em estratos sociais, delineados principalmente pela aquisição de propriedades
ou sua ausência, resultando em grupos distintos.
• Operação de uma economia
de mercado, regulada pelo princípio da oferta e procura (a "lei do
mercado"). A concepção é que o mercado se autorregule, com limitada
intervenção estatal.
• Direcionamento da
produção com foco na obtenção de lucro.
• Concessão de liberdade
de escolha na esfera da produção, investimento e consumo.
Elaborado com base em: Mundo Educação – Capitalismo e Escola Kids – Capitalismo
O funcionamento do
capitalismo
O mecanismo do capitalismo
opera por meio de uma dualidade social: os detentores de capital e os
trabalhadores assalariados, também conhecidos como proletários. Os primeiros
possuem a propriedade dos meios de produção e empregam os últimos com a
finalidade de colher lucros e construir reservas de riqueza. Os proletários,
por sua vez, possuem apenas a capacidade de trabalho e a vendem aos
capitalistas em troca de salários.
Os produtos gerados no
âmbito do sistema capitalista são lançados no mercado, onde seus preços são
determinados segundo a balança entre a oferta e a procura.
A lei da oferta e procura
é um princípio econômico fundamental que regula os preços dos bens e serviços
em um mercado. Ela estabelece que, quando a oferta de um produto é maior do que
a demanda, seu preço tende a diminuir. Por outro lado, quando a demanda supera
a oferta, o preço tende a aumentar. Essa interação dinâmica entre oferta e
procura é crucial para determinar os valores de mercado, influenciando as
decisões de produtores e consumidores.
O capitalismo advoga por
um mercado desimpedido, sem intervenção direta do Estado. No cenário
capitalista, uma das funções cruciais do Estado é assegurar a preservação da
propriedade privada. Isso permite que os capitalistas explorem seus meios de
produção para a obtenção de lucros.
Dentro do sistema
capitalista, há uma busca inerente pela maximização dos lucros e pela
acumulação de riqueza. Consequentemente, é uma prática corriqueira que os
capitalistas aumentem os preços e diminuam os custos na medida do possível.
Elaborado
com base em: Mundo Educação – Capitalismo e Escola Kids – Capitalismo
As Origens e Desenvolvimento
do Capitalismo
O sistema capitalista começa a surgir como uma resposta
à decadência do sistema de produção vigente, o feudalismo. Com início no século
V e uma longa duração até o século XV, o feudalismo cede gradualmente espaço ao
surgimento do capitalismo, marcando uma transformação econômica e social.
Revisitando as características do feudalismo e explorando a transição para o
capitalismo, compreendemos os fundamentos dessa mudança.
O feudalismo, sistema predominante na Europa Ocidental
durante a Idade Média, estava enraizado na posse de terras e em estamentos
rígidos. As classes sociais estavam fixas, sem mobilidade, e incluíam a
nobreza, os proprietários de feudos com poder absoluto sobre suas terras, e o
clero, detentor de influência política e vastas propriedades. Os servos, por
sua vez, eram trabalhadores que trocavam trabalho por abrigo e alimento, sem
direito a salários.
A produção feudal era voltada para a autossuficiência
local, sem comércio monetário significativo. O crescimento populacional e o
desenvolvimento comercial impulsionaram a emergência de feiras livres, onde
produtos eram trocados por outros produtos, preparando o terreno para o uso de
moedas. O comércio floresceu, dando origem à burguesia, uma nova classe
econômica que rompeu com a rigidez das classes sociais estáticas.
A burguesia, envolvida no comércio, trouxe uma nova
dinâmica ao cenário econômico e social. Enquanto no feudalismo o trabalho era
predominantemente servil e ligado à terra, o capitalismo traz consigo o
trabalho livre, caracterizando a transição da Idade Média para a
Idade Moderna. Essa evolução transformou profundamente as estruturas sociais e
econômicas, marcando o início da primeira fase do capitalismo e o declínio do
sistema feudal. Esse período de mudança significativa ilustra a dinâmica da
história humana, refletindo as complexas interações entre sistemas econômicos e
sociais ao longo do tempo.
Elaborado com base em:
Mundo Educação – Capitalismo e Escola Kids – Capitalismo
Capitalismo comercial
O advento do capitalismo
comercial, que teve início no século XV, indica um marco crucial na trajetória
econômica da humanidade. Essa fase inicial do sistema capitalista concentrou-se
nas complexas teias de trocas comerciais, abrangendo tanto transações locais
quanto internacionais entre nações distintas.
A expansão marítima
europeia e a subsequente colonização, ilustrada pelo caso do Brasil,
desencadearam a formação da Divisão Internacional do Trabalho. Nesse contexto,
as colônias desempenhavam o papel de fornecedoras de matérias-primas, enquanto
as metrópoles assumiam a produção de mercadorias acabadas.
Durante o período do
capitalismo comercial, o Mercantilismo foi a doutrina econômica predominante.
Esse sistema enfatizava a busca pela aquisição de territórios, recursos
naturais e metais preciosos (conhecido como metalismo) pelas nações. Além
disso, as políticas visavam a promoção de exportações em detrimento das
importações, com o objetivo de alcançar uma balança comercial favorável.
A manufatura, que
substituiu o sistema artesanal, desempenhou um papel proeminente nessa era.
Esse método de produção fragmentava as tarefas entre diferentes trabalhadores,
resultando em maior eficiência e aumento na produção em escala.
É importante mencionar
que, apesar do crescimento da manufatura, a maioria dos trabalhadores
continuava a se dedicar ao setor primário da economia. Este período de
transição, ao preparar o terreno para o subsequente surgimento do capitalismo
industrial, lançou as bases para a evolução mais ampla do sistema econômico
capitalista.
Elaborado com base em:
Mundo Educação – Capitalismo e Escola Kids – Capitalismo
Capitalismo industrial
O Capitalismo Industrial,
segunda etapa do sistema capitalista, desdobrou-se durante um período crucial
da história, ligado à Revolução Industrial no século XVIII e à subsequente
Segunda Revolução Industrial até o início do século XX. Marcado por profundas
mudanças sociais e econômicas, o Capitalismo Industrial moldou o curso da
humanidade de maneira abrangente.
A Revolução Industrial, um
marco inaugural, trouxe consigo a industrialização e um notável desenvolvimento
no setor de transportes, estabelecendo as bases para um avanço econômico sem
precedentes. A sociedade experimentou uma reconfiguração na forma de divisão
social do trabalho, com a consolidação do trabalho assalariado e uma abordagem
mais especializada.
O liberalismo e a
livre-concorrência se tornaram princípios orientadores, estimulando a atividade
econômica e a interação internacional. O cenário viu o surgimento do
proletariado e a organização em sindicatos, representando uma reação à
crescente supremacia da burguesia industrial.
Com a transformação de
manufaturas em produtos industrializados, a produção em larga escala se tornou
uma realidade tangível, impulsionando o aumento da produção de mercadorias e,
subsequentemente, a diminuição dos preços. No entanto, essa era não foi isenta
de controvérsias, já que o imperialismo e a globalização também testemunharam
um crescimento substancial.
É importante notar que o
crescimento urbano e o desenvolvimento tecnológico ocorreram de maneira
simultânea, gerando um ambiente complexo de mudanças e desafios. Junto com as
vantagens, veio um aumento na desigualdade social, um aspecto central a ser
compreendido nesse contexto.
Elaborado com base em:
Mundo Educação – Capitalismo e Escola Kids – Capitalismo
Capitalismo financeiro
O capitalismo financeiro,
também conhecido como monopolista, representa a terceira etapa do sistema
econômico capitalista, tendo emergido por volta do século XX, impulsionado pela
Terceira Revolução Industrial, e permanecendo uma força dominante até os tempos
contemporâneos. Denominado devido ao protagonismo dos bancos e instituições
financeiras nesse período, suas características centrais merecem atenção.
Nesse estágio, os bancos e
grandes corporações assumem o controle da economia, configurando uma era marcada
pelo surgimento das empresas globais, notáveis por suas operações
transnacionais ou multinacionais. Esse fenômeno é acompanhado por um aumento
acentuado da concorrência internacional, resultando em dinâmicas de monopólio e
oligopólio, contribuindo, por sua vez, para o crescimento econômico.
A especulação financeira e
a expansão dos mercados desempenham papéis proeminentes no capitalismo
financeiro, com produtos financeiros variados, como ações, moedas, empréstimos
e financiamentos, dominando a paisagem econômica. As bolsas de valores emergem
como epicentros da negociação de capitais, ações e títulos financeiros,
alavancando o desenvolvimento desse cenário.
O mercado internacional
também testemunha expansão, com a mundialização da economia e a ampliação da
globalização. Nesse contexto, avanços tecnológicos,
particularmente a era das tecnologias da informação, e progressos científicos
redefinem as bases da produção e do comércio.
Organizações como cartel,
truste e holding ganham destaque, refletindo a consolidação de grandes
conglomerados empresariais e suas estratégias de controle de mercado. A
revolução na comunicação e nos transportes solidifica a interconexão global.
Elaborado com base em:
Mundo Educação – Capitalismo e Escola Kids – Capitalismo
Capitalismo informacional
O surgimento do
capitalismo informacional, como a quarta etapa evolutiva do sistema
capitalista, marca a transição entre os séculos XX e XXI. Cunhado pelo
sociólogo espanhol Manuel Castells em sua obra "A Sociedade em Rede",
publicada em 2006 com base em seus escritos de 1996, este conceito traz consigo
profundas implicações para o cenário econômico e social.
No cerne do capitalismo
informacional, reside uma interconexão íntima entre avanços tecnológicos, a
globalização e a emergência da sociedade da informação. A contínua expansão da
globalização, a proliferação de dispositivos como computadores, telefones
digitais, robótica e a onipresença da internet desempenham papéis fundamentais
nesta fase.
Uma dinâmica central do
capitalismo informacional é a aceleração dos fluxos de capitais, mercadorias,
informações e pessoas. A crescente maturação das tecnologias de informação (TI)
desempenha um papel preponderante ao facilitar o acesso à informação e o
compartilhamento de conhecimento em uma escala sem precedentes.
Na esfera social,
observa-se um aumento notável da dependência tecnológica, agravado pelo advento
das redes sociais, que propiciam o compartilhamento massivo e instantâneo de
informações. Isso, por sua vez, engendra novas práticas culturais e padrões
sociais, contribuindo para a formação de uma estrutura social reconfigurada.
Entretanto, a chegada do
capitalismo informacional também amplifica as disparidades existentes. A
questão da inclusão digital, ou a sua ausência, assume um papel central, pois o
acesso a essas tecnologias podem ser determinantes para a integração plena nessa
nova realidade. Infelizmente, a exclusão digital emerge como um efeito
colateral, aprofundando desigualdades sociais em várias partes do globo.
Elaborado com base em:
Mundo Educação – Capitalismo e Escola Kids – Capitalismo
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