A África e a nova DIT
A Nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT) tem
reconfigurado a economia global, impactando de forma desigual os países com
menor desenvolvimento e baixa industrialização. Essas nações, muitas vezes,
encontram seu lugar na DIT através da produção de manufaturas que se caracterizam
por baixa tecnologia, mão de obra barata e condições frequentemente pouco
regulamentadas. Este cenário envolve a exploração de muita matéria-prima e
energia, frequentemente em atividades insalubres e poluentes, que são evitadas
pelos países mais desenvolvidos. Enquanto isso, essas nações industrializadas
se concentram na produção de bens industriais de alto valor agregado,
especialmente nas áreas de informação e comunicação, e nos serviços de apoio à
produção.
A África se encontra em uma posição ainda mais desfavorável
nesse contexto, comparada a outros países de baixa industrialização. A
exploração de seus recursos naturais e mão de obra é exacerbada, com
exportações de produtos industrializados que permanecem pouco expressivas e
altamente concentradas em algumas nações, como África do Sul, Marrocos,
Tunísia, Togo, Namíbia, Botsuana, Zimbábue e Madagascar.
A carência de modernização da infraestrutura no continente
africano é um dos principais obstáculos para o desenvolvimento econômico. A
infraestrutura existente está voltada principalmente para a exportação de
matérias-primas, em detrimento da circulação de pessoas e bens dentro do
continente. O processo de industrialização é impactado pela falta de
infraestrutura competitiva, recursos humanos qualificados e investimentos de
capital significativos.
Além disso, estatais ligadas a governos corruptos têm
agravado a distribuição desigual da renda, resultando em péssimos indicadores
sociais, principalmente na África Subsaariana.
Quando se trata das relações comerciais com o resto do
mundo, a África tem enfrentado desafios significativos na geração de riqueza a
partir de suas próprias potencialidades locais e regionais. No entanto, nos
últimos anos, observamos um aumento notável nas exportações para a China, bem
como na expansão dos investimentos chineses no continente. A China tem
desempenhado um papel importante no estreitamento das relações comerciais,
investindo bilhões de dólares e expandindo suas redes de produção e
distribuição na região.
Esses investimentos foram particularmente evidentes no
Fórum de Cooperação China-África, onde a China ofereceu apoio financeiro
substancial aos países africanos. Em 2018, o compromisso financeiro chinês
atingiu aproximadamente 60 bilhões de dólares. Essa crescente presença chinesa
na África tem o potencial de remodelar o panorama econômico do continente e,
com a cooperação adequada, pode ajudar a superar muitos dos desafios econômicos
enfrentados pela África na Nova DIT.
Elaborado com base em Araribá mais: geografia 8º Ano.
Editora Moderna
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