Animismo
O animismo, como exposto
por Campbell (1992), é uma das formas religiosas mais antigas que a humanidade
já conheceu. Pode-se até mesmo afirmar que é a mais antiga de todas. Para os praticantes
dessa crença ancestral, o universo é permeado por uma essência espiritual, e
cada elemento nele possui um espírito. Árvores majestosas, pedras sólidas,
astros cintilantes, todos os tipos de animais, desde os majestosos leões até os
pequenos insetos, e até mesmo objetos mundanos, todos carregam consigo uma
presença espiritual.
Nesse contexto, os
animistas enxergam um mundo vivo e pulsante, onde o emocional e o transcendente
se entrelaçam de maneira profunda. Acreditam que esses espíritos são os guardiões
da saúde e responsáveis por garantir boas colheitas. Eles velam com atenção
especial pelas pessoas, e sua vigilância se estende, principalmente, aos
espíritos dos mortos. Os animistas creem que, caso alguém aja de forma maligna,
os espíritos podem se vingar, enviando catástrofes e doenças como castigo.
Diante desse panorama
espiritual, os praticantes do animismo recorrem à invocação dos espíritos em
busca de proteção. Realizam cerimônias em honra aos mortos, celebrando-os com
cantos e danças rituais ao som dos tambores. Durante esses rituais, máscaras
ricamente decoradas e pintadas com cores vibrantes são utilizadas,
representando os espíritos invisíveis que habitam o mundo e influenciam a vida
de todos.
O animismo é uma crença
que nos conecta de maneira profunda com o mundo que nos cerca. Para seus
seguidores, a natureza não é apenas um conjunto de elementos inertes, mas sim
um reino repleto de espíritos que merecem respeito e devoção. Essa visão
ancestral nos lembra da interdependência entre todos os seres e da importância
de cuidar do mundo que compartilhamos com esses espíritos que animam a vida em
toda a sua diversidade.
Elaborado com base em Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa / Paraná. Secretaria de Estado da Educação.
Islamismo
O Islamismo, fundamentado
nos ensinamentos do profeta Muhammad, também conhecido como Maomé, tem como
pedra angular o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. Para ser considerado
um verdadeiro muçulmano, é imperativo acreditar na declaração de fé que
proclama a unicidade de Alá e a profecia de Muhammad.
Os muçulmanos observam a
disciplina da oração cinco vezes ao dia, um ato que começa com a purificação
ritual, lavando mãos, rosto e pés. Prostram-se em direção a Meca, recitando
passagens do Alcorão, estabelecendo assim uma conexão espiritual profunda.
O Ramadã, um mês de jejum
e reflexão, é uma prática fundamental do Islã. Durante esse período, os adultos
abstêm-se de comida, bebida e tabaco do nascer ao pôr do sol. Essa abstinência
tem como objetivo meditar sobre a fome global e purificar o coração em direção
a Alá. O Ramadã ocorre no nono mês do calendário muçulmano e culmina em uma
refeição festiva chamada Aïd-el-Seghir.
Outra importante
celebração é o Aïd-el-Quebir, marcada por uma grande oração na mesquita,
seguida pelo consumo de carneiro em memória do profeta Abraão e seu sacrifício.
A cada sexta-feira ao
meio-dia, os muçulmanos convergem para a mesquita para a oração semanal. O
muezim, do alto do minarete, convoca os fiéis para a prece. A entrada na
mesquita exige a remoção dos calçados, e o chão é forrado com tapetes de
oração. O imame lidera a cerimônia e proferi um discurso religioso para a
congregação.
O Islã é uma religião rica
em rituais e práticas que moldam a vida dos muçulmanos, conectando-os com Alá e
fornecendo orientação espiritual por meio de sua fé e devoção.
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Cristianismo
O Cristianismo é uma religião
diversificada, abrigando várias instituições religiosas com diferentes
interpretações doutrinárias. No entanto, todas compartilham a crença em Deus
Pai como o Criador do mundo e em Jesus Cristo como o Messias, o Filho de Deus,
e consideram a Bíblia como o livro sagrado que orienta sua fé.
Dentro da história do
Cristianismo, destacam-se três principais tradições: os católicos romanos, os
ortodoxos e os protestantes. Aos domingos, os católicos se reúnem para a missa,
enquanto os protestantes participam de cultos e os ortodoxos celebram a divina
liturgia.
Os líderes religiosos
desempenham um papel fundamental em cada tradição. Os católicos romanos seguem
a liderança do Papa, bispos e padres, enquanto os protestantes são guiados por
pastores e os ortodoxos pelos patriarcas, bispos e padres.
A celebração do nascimento
de Jesus varia entre as tradições cristãs. Os católicos romanos e os
protestantes comemoram no dia 25 de dezembro, enquanto os ortodoxos celebram em
7 de janeiro. A Páscoa é a festa mais significativa para todos os cristãos,
marcando a ressurreição de Jesus, que é vista como viva para sempre.
A oração do "Pai
Nosso" é uma prática comum entre católicos, protestantes e ortodoxos,
embora com algumas variações no texto. Essas diferenças refletem as nuances
teológicas e históricas que moldaram cada tradição ao longo dos séculos, mas
todas têm em comum a busca pela conexão com o divino por meio da oração e da fé
cristã.
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Budismo
O Budismo, originário da
Índia no século VI a.C. com Sidarta Gautama, conhecido como Buda, o Iluminado,
é uma religião que se destaca por sua visão espiritual que não envolve a
adoração de divindades. Buda é venerado como um guia espiritual, não como um
Deus, e seus ensinamentos fundamentais buscam a compreensão do sofrimento, que
frequentemente resulta dos desejos egoístas. A busca da paz interior e da
harmonia é alcançada através da supressão desses desejos e da adoção de uma
vida livre de violência.
Os Três Cestos, um dos
livros sagrados do budismo, narra a vida de Buda e reúne seus sermões, servindo
como guia espiritual para os praticantes. Em muitos lares budistas, é comum
encontrar um butsudan, um pequeno altar onde a família se reúne para orar,
contendo uma imagem de Buda, placas com nomes de ancestrais, incenso e outros
elementos simbólicos. Os locais de adoração budistas, como os pagodes, são onde
as oferendas de alimentos a Buda são realizadas, enquanto os monges seguem uma
vida monástica em mosteiros.
A Festa das Flores,
celebrada em 8 de abril, comemora o nascimento de Buda. Templos são decorados
com flores e uma estátua de Buda criança, sobre a qual é derramado chá
adocicado como sinal de reverência. Em julho, a morte de Buda é homenageada com
rituais que reverenciam os espíritos dos ancestrais. Pequenas lâmpadas são
colocadas em barquinhos de papel e lançadas em rios como parte dessas
cerimônias.
O Budismo, com sua ênfase
na busca espiritual, compaixão e renúncia aos desejos mundanos, oferece uma
perspectiva única sobre a vida e a existência, influenciando profundamente a
cultura e a espiritualidade de muitos ao redor do mundo.
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Judaísmo
O Judaísmo, uma das
religiões mais antigas do mundo, tem raízes que remontam quase quatro mil anos,
quando Abraão e sua família se estabeleceram na terra de Canaã, que hoje é
Israel. Os judeus adoram um único Deus onipotente, com quem estabeleceram uma
aliança sagrada. Eles aguardam a vinda do Messias, o enviado de Deus, que trará
paz e justiça à Terra.
A Bíblia hebraica, o livro
sagrado dos judeus, usa diversos nomes para Deus, sendo os mais comuns Eloim e
YHWH (ou Yahweh). No entanto, para evitar a exclusão de aspectos femininos na
divindade, alguns grupos judaicos preferem traduzir o nome divino por
qualidades como Generosidade ou Misericórdia.
Os seguidores do Judaísmo
vivem segundo rigorosas normas divinas, e o descumprimento desses deveres pode
resultar em castigos divinos. O Shabat, celebrado semanalmente da tarde de
sexta-feira à tarde de sábado, é um período dedicado à reflexão religiosa e ao
convívio familiar. Na sexta-feira à noite, judeus cantam e oram juntos ao redor
da mesa e os homens usam a Kipá, um símbolo de respeito por Deus.
A alimentação kasher segue
regras detalhadas, incluindo a remoção de todo o sangue da carne, a proibição
de misturar carne com laticínios e a abstenção de carne de porco. A preparação
dos animais permitidos deve ser específica, assim como o método de abate.
No sábado de manhã, os
judeus frequentam a sinagoga para orações e a leitura de um trecho da Torá, que
é explicado pelo rabino, o líder religioso. O Yom Kippur, Dia do Grande Perdão,
é a festa mais importante, um dia de jejum e oração para obter reconciliação
com Deus e os outros. A Páscoa (Pessah) comemora a libertação do povo judeu da
escravidão no Egito sob Moisés, enquanto o Hanucá, em dezembro, envolve a
iluminação de velas e presentes às crianças.
Quando completam 13 anos,
os jovens judeus têm a cerimônia do bar-mitzvah, quando assumem
responsabilidades religiosas perante Deus e a comunidade. Nesse momento, eles
leem em voz alta uma passagem da Torá, frequentemente recitando o Shema, que
significa "Escuta". O Judaísmo é uma religião rica em tradições e
significados, moldando a vida e a espiritualidade de seus seguidores ao longo
das gerações.
Elaborado com base em Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa / Paraná. Secretaria de Estado da Educação.
Hinduísmo
O Hinduísmo, um conjunto
de religiões antigas originárias da Índia, tem raízes que se estendem a mais de
6.000 anos. Diferentemente de muitas religiões, o Hinduísmo não possui um
fundador específico; em vez disso, é resultado de uma evolução gradual e da
busca individual de sabedoria por parte de sábios e mestres da antiga Índia.
Dentro dessa fé, existem milhares de deuses, sendo Brahma, Vishnu e Shiva os
mais conhecidos, representando diferentes manifestações de uma única divindade
criadora, o Atman, a centelha divina que habita em cada ser humano.
Os seguidores do Hinduísmo
acreditam que esse Ser Divino reside dentro de cada pessoa, e a jornada
espiritual envolve a busca constante para descobri-lo e compreendê-lo. Os
textos sagrados desempenham um papel fundamental na religião, com o Rig-Veda,
datando de mais de três mil anos, sendo um dos mais antigos. O Bhagavad-Gita,
que significa "o canto do senhor", é outro texto amplamente lido
pelos hinduístas.
Os rituais hindus incluem
o "Puja", onde os devotos sentam-se em postura de lótus diante de uma
imagem de um deus, recitam orações, queimam incenso e oferecem flores e
alimentos como oferendas. Muitos hindus consideram o Rio Ganges como sagrado e
realizam banhos nele como uma prática para purificação espiritual. Os templos
também são locais importantes para a realização de práticas religiosas.
A sociedade hindu,
historicamente, estava dividida em quatro castas: Brâmanes (sacerdotes e
estudiosos), Xátrias (militares e governantes), Vaixias (comerciantes e
agricultores) e Sudras (empregados, camponeses e servos). Essas castas se
subdividiram em cerca de três mil subcastas não oficiais, cada uma com suas
próprias regras, costumes, tradições e práticas religiosas.
As festas hindus, como o
Divali e o Holi (festa das cores), são marcadas por alegria e celebração. O
Divali, por exemplo, é conhecido como a "festa das luzes" e é
celebrado em outubro, enquanto o Holi envolve alegres festividades com cores
vibrantes.
O Hinduísmo é uma religião
rica e diversificada, moldada ao longo de milênios de história, e continua a
desempenhar um papel fundamental na espiritualidade e cultura da Índia e além
de suas fronteiras.
Elaborado com base em Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa / Paraná. Secretaria de Estado da Educação.
Fé Bahá’í
A Fé Bahá'í é uma religião
relativamente nova, originária do Irã em 1844, e seu fundador é Bahá'u'lláh,
cujo nome significa "Glória de Deus". Essa fé prega a ideia de que
todas as religiões emanam de um único Deus e que ao longo da história, Deus
enviou mensageiros, conhecidos como Profetas, Manifestantes ou Mensageiros de
Deus, para guiar a humanidade no caminho da bondade.
Os bahá'ís acreditam em algo chamado
"Revelação Progressiva", onde diferentes religiões, incluindo
hinduísmo, judaísmo, zoroastrismo, budismo, cristianismo, islamismo e a própria
fé bahá'í, são vistas como resultados das mensagens de Deus para a humanidade.
Essas mensagens foram adaptadas às necessidades e compreensão das pessoas ao longo
do tempo.
Bahá'u'lláh enfatizou que
o propósito da religião é promover o desenvolvimento contínuo da civilização. A
humanidade é vista como uma única entidade, sem divisões por religião, raça,
gênero ou outras categorias. Todos devem desfrutar dos mesmos direitos, e os
preconceitos devem ser superados, pois são considerados fontes de violência.
Os bahá'ís também
acreditam na harmonização entre ciência e religião, buscando a verdade na união
desses dois campos. Sua visão última é a paz universal, e eles trabalham para
alcançá-la como a maior aspiração da humanidade. Isso se reflete em suas práticas
religiosas, que incluem três orações obrigatórias que os bahá'ís podem escolher
recitar durante o dia.
A Fé Bahá'í é uma religião
que promove valores universais de amor, igualdade, tolerância e paz, buscando
unir a humanidade em sua busca por uma existência mais justa e harmoniosa.
Elaborado com base em Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa / Paraná. Secretaria de Estado da Educação.
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