Sub-regiões do Nordeste

O Nordeste brasileiro se destaca como a região mais diversificada em termos de estados, totalizando nove unidades federativas. Essa ampla extensão territorial abrange Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Contudo, essa diversidade vai além da quantidade de estados, sendo subdividida em quatro distintas sub-regiões: meio-norte, zona da mata, agreste e sertão.

Essa segmentação é fundamental para compreender as complexidades das relações sociais estabelecidas nesse território, impactando diretamente nas atividades econômicas desenvolvidas. Essas sub-regiões não apenas diferem fisicamente, mas também moldam as dinâmicas culturais e econômicas de maneira singular.

Tradicionalmente, o Nordeste é associado a imagens de pobreza e seca, estereótipos que obscurecem sua riqueza cultural e suas belezas naturais. No entanto, desmantelar essas percepções preconceituosas é essencial. O estudo aprofundado das peculiaridades de cada sub-região revela uma região repleta de diversidade cultural, manifestações artísticas únicas e uma ampla gama de recursos naturais.

 

Meio-Norte

A região do Meio-norte se revela como uma transição entre dois cenários contrastantes do Brasil, situada entre a exuberante Amazônia e o árido sertão semiárido do Nordeste. Composta pelos estados do Maranhão e parte oeste do Piauí, essa área exibe uma rica diversidade natural, destacando-se pela presença marcante de mata de cocais, carnaúbas e babaçus.

Os índices pluviométricos mais generosos na porção oeste contribuem para uma vegetação mais densa e variada nessa região. Apesar disso, o Meio-norte enfrenta desafios econômicos, sendo caracterizado por um desenvolvimento limitado. O extrativismo vegetal, especialmente no que resta da mata de cocais, é uma prática predominante, destacando-se o babaçu. Além disso, a agricultura tradicional baseada em cultivos como algodão, cana-de-açúcar e arroz, e a pecuária extensiva, também são atividades econômicas relevantes.

Resumo:

- Região do Meio-norte: transição entre Amazônia e sertão nordestino.

- Estados: Maranhão e parte oeste do Piauí.

- Diversidade natural: mata de cocais, carnaúbas e babaçus.

- Pluviometria: oeste com índices mais generosos com vegetação densa.

- Desafios econômicos: desenvolvimento limitado.

- Atividades econômicas: extrativismo vegetal (destaque para o babaçu), agricultura tradicional (algodão, cana-de-açúcar, arroz) e pecuária extensiva.



Sertão

O Sertão, vasta extensão marcada pelo clima semiárido e reconhecida como o "Polígono das Secas", constitui o coração do Nordeste brasileiro, estendendo-se por quase todos os estados da região. Apresenta o menor índice demográfico entre as sub-regiões nordestinas, sendo uma área caracterizada por índices pluviométricos baixos e irregulares, sujeita a secas periódicas. Sua vegetação emblemática é a caatinga, adaptada a condições climáticas áridas.

O rio São Francisco emerge como a principal fonte de água permanente para as comunidades que habitam suas margens, sendo vital não apenas para consumo humano, mas também para a agricultura irrigada e a geração de energia por meio de hidrelétricas como a de Sobradinho, na Bahia. Os vales dos rios Cariri e São Francisco concentram as maiores populações, sustentadas principalmente pela pecuária extensiva e atividades agrícolas.

Além da agricultura de subsistência, o Sertão abriga cultivos irrigados de frutas, flores, cana-de-açúcar, milho, feijão, algodão de fibra longa (especialmente no Vale do Cariri, Ceará) e a extração de sal ao longo do litoral cearense e potiguar. O turismo também desponta nas cidades costeiras, enquanto a indústria se concentra no polo têxtil e de confecções.

Resumo:

- Sertão: clima semiárido, "Polígono das Secas".

- Demografia: menor índice entre sub-regiões nordestinas.

- Características: índices pluviométricos baixos e irregulares, secas periódicas e a caatinga como vegetação.

- Rio São Francisco: fonte vital de água, agricultura irrigada e hidrelétricas como Sobradinho (Bahia).

- Populações: vales dos rios Cariri e São Francisco, sustentadas por pecuária extensiva e agricultura.

- Atividades econômicas: agricultura de subsistência, cultivos irrigados (frutas, flores, cana-de-açúcar, milho, feijão, algodão), extração de sal no litoral cearense e potiguar.



Agreste

O Agreste representa uma área de transição singular, situada entre o sertão árido e a zona úmida da mata, caracterizada por brejos e um clima intermediário. Abrangendo os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, essa sub-região revela uma diversidade econômica e ambiental marcante.

Nas regiões mais secas do Agreste, a pecuária extensiva é a atividade predominante, enquanto nos trechos mais úmidos floresce a agricultura de subsistência e a pecuária leiteira. Pequenas e médias propriedades se destacam, cultivando produtos como algodão, café e sisal, este último essencial na fabricação de tapetes, bolsas e cordas.

O turismo desponta como um elemento crucial na economia local do Agreste, impulsionado por festas tradicionais que atraem multidões, como as festas juninas, contribuindo significativamente para a dinâmica econômica e social da região.

Resumo:

- Agreste: transição entre sertão árido e zona úmida, clima intermediário.

- Estados abrangidos: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

- Diversidade econômica e ambiental marcante.

- Atividades econômicas: pecuária extensiva nas regiões mais secas, agricultura de subsistência e pecuária leiteira em áreas úmidas.

- Cultivos destacados: algodão, café e sisal (importante na fabricação de tapetes, bolsas e cordas).

- Estrutura agrícola: pequenas e médias propriedades.

- Turismo: impulsionado por festas tradicionais, como as festas juninas, contribuindo para a economia e a dinâmica social da região.



Zona da Mata

A Zona da Mata, conhecida como o Litoral Continental, delineia uma faixa litorânea de até 200 quilômetros de largura, estendendo-se desde o Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Esta sub-região se destaca pela maior concentração populacional do Nordeste e por ser a mais urbanizada, abrigando uma rica diversidade econômica.

O clima tropical úmido e o solo fértil, irrigado pela regularidade das chuvas, favorecem uma exuberante vegetação de mata Atlântica. A produção de cana-de-açúcar é a atividade econômica principal na Zona da Mata, mas outras práticas agrícolas como o cultivo de cacau, café, frutas, fumo e lavouras de subsistência também prosperam nessa região.

Além disso, a Zona da Mata se destaca na extração de petróleo, na significativa industrialização e na produção de sal marinho, especialmente no Rio Grande do Norte. O turismo é um pilar econômico fundamental, atraindo milhões de visitantes para desfrutar das belas praias nordestinas e contribuindo para a dinâmica econômica local.

Características:

- Zona da Mata: faixa litorânea de até 200 km, Rio Grande do Norte até sul da Bahia.

- Características: maior concentração populacional, urbanização marcante.

- Clima e solo: tropical úmido, solo fértil irrigado por chuvas regulares, vegetação de mata Atlântica exuberante.

- Atividades econômicas: produção de cana-de-açúcar, cultivo de cacau, café, frutas, fumo e lavouras de subsistência.

- Setores destacados: extração de petróleo, industrialização, produção de sal marinho (especialmente no Rio Grande do Norte).

- Turismo: pilar econômico fundamental, atrai milhões de visitantes para as belas praias nordestinas, contribuindo para a economia local.

Elaborado com base em: Brasil Escola - Sub-regiões do Nordeste